Aonde eu estava mesmo?

Vivi Lima, Fau Ferreira & CA Ribeiro
Segunda-feira - De 15 em 15 dias

sábado, 3 de outubro de 2009

Segredar e Desvelar...

Todos nós temos um segredo, às vezes vários, diria mais: - Todos nós Somos Um Segredo. Cada ser humano é único em seu mundo interior e cada essência é um mistério a ser desvendado. Desvendar o outro, se com amor, é um delicioso exercício de descobrimento, do outro e, consequentemente, de si mesmo. É um mergulhar de olhos fechados num imenso oceano.
Palavras, gestos, olhares são uma brincadeira de esconde-esconde (ou seria esconde-mostra) daquilo que está no recôndito da alma de cada pessoa. Sentimentos são segredos que revelamos ainda que sem querer, são flores submersas no fundo de um rio chamado coração, que sem mais nem menos, submerge e nos pega de surpresa. E é nessa brincadeira do desvelar que a vida tem mais graça.
O segredar também é bom, por sinal só podemos desvelar o que se encontra escondido. Mostrar-se inteira e totalmente tira o prazer do outro descobrir, do surpreender-se a cada passo dado e a cada flor encontrada, do espanto com o mistério que há em um olhar, ou um silêncio, ou um não-olhar.
Segredar e desvelar é um jogo do Universo conosco e de nós com os outros e cada Universo que somos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cá entre nós

Acho que todos nós temos segredos. Pode ser daqueles bem cabeludos, como também pode ser uma coisinha de nada, que ninguém se importaria, mas que nós damos a maior importância, porque é nosso segredo e pronto.

A importância que damos às coisas ao nosso redor faz delas mais nossas ainda, acho. Um carinho, um abraço na hora certa, um bilhete que acaba valendo e significando mais do que um presente que recebemos. Uma ligação beirando a madrugada, que era só para lhe deseja boa noite depois de um dia super-cansativo, mas que lhe acorda, e na hora você fica achando ruim, mas que depois avalia o quanto seria bom ver alguém preocupado com você.

Aliás, quando vemos alguém preocupado com a gente, é sinal de que nós somos importantes para alguém também, e as vezes não nos damos conta disso. A quanto tempo não falo direito com Vivinha e Fauzinha, parceiras de blog? Mas sempre que falamos um com o outro, é um carinho tão grande que exala das palavras e atravessa a tela do computador. Sinto o calor desses sentimentos e rezo, até eu que não sou muito de rezar, para que eu tenha isso sempre. Pois é o melhor calor do mundo. Sou planta e preciso de seus raios para viver. Sou planta e preciso de vocês.

Quanto ao segredo? Temos um, nós três. Vou revelar o meu: amo vocês.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sei lá, queria ser mais simples!

Pois é, no momento acho que era isso que eu queria...
Simplicidade!!!
Pra dar conta daquilo com que me comprometo ou me comprometer apenas com aquilo que darei conta. Pra sentar em frente a tv sem ter que analisar personagens e contextos. Pra fazer mais coisas fúteis ou dormir até mais tarde sem achar que estou perdendo tempo. E mais importante que isso, cá entre nós, pra não ter que ficar indagando se um texto é bom antes de postá-lo.
E foi um pouco disso que me moveu a postar sem aviso prévio.
E atente: um pouco! O que me moveu é que eu queria fazer uma coisa simples, pra dizer a uma pessoa que ela é complexa de uma maneira simples e adoravel.
E que nas minhas complicações, e por que não dizer, enrolações, eu não esqueci que a vida nos brindou com mais um ano da sua presença! E que eu simplesmente desejo todas as coisas boas que você possa desfrutar, sejam elas simples ou não!!!

Abraços carinhosos a essa amiga que apesar da distância tão presente se faz na minha vida!!! Que me compreende em meio a minha bagunça e sumiços... nem preciso dizer que te amo!!!
Singela homenagem pra co-autora FAU!!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CONFESSO UM ERRO...


Tenho dificuldade de querer, aceitar ou ficar feliz com coisas poucas, pequenas – não entendam estas palavras no sentido pejorativo, ao contrário, estou usando-as como sinônimo de coisas simples, dessas que fazem a vida mais feliz porém que pessoas como eu tem dificuldade de perceber por estarem com a cabeça sempre lá no alto, sempre pensando grande, sempre querendo mais e não se contentando com nada.
Queria me sentir mais feliz só em poder conversar com os amigos, ver o pôr-do-sol ou as estrelas, admirar uma obra de arte, mas não é assim que acontece: tenho sempre desejos maiores, planos mirabolantes e ideais altos, muito altos.
Por um lado isso é bom, não me conformo com pouco, então acabo não sendo uma pessoa acomodada, porque quero realizar coisas, fazer algo novo, sair da mesmice, ser lembrada, marcante. Mas há o lado negativo, pois me frustro facilmente por não conseguir atingir meus ideais e muitas vezes parecer que não conseguirei nunca atingi-los por que é sempre tudo muito grande, muito complexo.

Sei lá, queria ser mais simples!

_________________________________________________________________________


Depois de muito tempo sem este blog ser atualizado resolvi escrever este texto pois senti uma vontade imensa de retomar, renovar esta nossa conversa da qual gosto muito e que sinto falta. Espero que gostem do texto e que ele sirva de inspiração aos meus dois amigos para continuarmos levando este projeto adiante.

Abraço a todos,

Fau Ferreira

segunda-feira, 30 de março de 2009

As vezes ficamos perdidos

As vezes ficamos perdidos


Resolvi mudar um pouco – mas só um pouco mesmo – o estilo de texto desse blog. Sou conhecido por meus amigos como um bom conhecedor de Fortaleza. É bem verdade que não conheço todos os lugares da cidade e que Fortaleza também não é tão grande assim, mas a maioria, pelo menos sei me achar.

Minha sina de andar de ônibus é grande responsável por isso, mas também conta o meu interesse de tentar sempre me informar dos lugares, prestar atenção no trajeto, no caminho. Já teve vários casos de amigos me ligando para ensiná-los como chegar em tal canto, que ônibus pegar para chegar e se, por um acaso, eu não poderia ir com eles para lá.

Mas, confesso um erro. Não conheço o Conjunto Ceará. Um bairro muito bonito, popular, habitacional, muito bem elogiado. Mas não conheço, nunca precisei ir por lá, e por isso, não o conheço como ele merece.

Certa vez, saindo da faculdade, um amigo meu, que mora no mesmo bairro que eu – a linda e bela Messejana – me ofereceu uma carona. Obviamente aceitei e quando estávamos indo ao nosso destino, encontramos um outro amigo, morador do tal Conjunto Ceará. O amigo motorista, com gasolina à vontade, resolveu dar carona ao outro também.

Fomos conversando, falando de política, obviamente, até chegarmos lá. Deixamos o nobre companheiro em sua casa e perguntamos como fazíamos para chegar em Messejana. Ele disse que era só seguir reto numa rua lá, dobrar logo antes de uma praça e depois entrar na avenida que nos levaria para nossos lares.

Confesso-me burro, nesse momento, pois não acertamos um trajeto fácil desses. Ou talvez não fosse esse o caminho, não sei. Não convém discutir isso agora. Sei que rodamos, tentamos adivinhar na sorte, quase uma roleta russa, até que achamos a avenida visada. Daí que fomos para casa.

Chegando, enfim, penso se aprendi alguma coisa do Conjunto Ceará. Sem resposta positiva, procuro um guia, alguém se habilita?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Será que sou tudo aquilo que queria?

Ainda não, mas estou tentando. Finalmente, aprendi que a única coisa que vale mesmo na vida é ser o que se quer. Advogado, surfista, químico, psicóloga, escritor, vagabundo, mãe de família, político, marido, freira, boêmio, só você sabe o que vale a pena para a sua vida, ou como já disse Caetano: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Mas, as vezes ficamos perdidos, nem nós mesmo sabemos o que queremos da vida e essa descoberta é, geralmente, difícil e dolorosa. O jeito é procurar com cuidado e com muito carinho por si mesmo e tentar evitar ao máximo as idéias dos que estão ao nosso redor que tentam dizer o que devemos ou não ser.
E do mesmo jeito que não devemos aceitar as interferências alheias, não devemos também nos intrometer nas decisões dos que amamos, mesmo com a desculpa “é pro seu bem”, temos que deixar que cada qual siga seu caminho.
Até porque, na maioria das vezes, nossas opiniões sobre determinados estilos de vida são baseadas em preconceitos adquiridos a partir da nossa visão e não da visão daquele que quer seguir. Sem falar que não é porque passamos por uma experiência ruim ou traumática que ela irá se repetir com todos.
Portanto, devemos deixar que cada qual faça suas escolhas e ocuparmos inteiramente das nossas, arcando com a nossa responsabilidade sobre cada uma delas.
Só mais uma coisa, não tenham medo de seguir algo que vem de dentro, ainda que você não saiba explicar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A mudança é inevitável.

De repente 27 anos. Isto é, a porta dos trinta. Será que sou tudo aquilo que eu queria? Se parar pra pensar, acho que não.

Não realizei todos os sonhos que tinha, mas conquistei muitos novos projetos. Pois é, a vida me ensinou esta coisa nova, que requer esforços, porque exige mudanças.

Algumas mudanças são inevitáveis. Mudar de humor, ao ganhar um balão. Mudar de rumo ao ver que errou a direção. Mudar de idéia, pra poder crescer. E talvez, começar a viver.

Mas mudar também dá trabalho, é preciso experimentar. Pode parecer muito mais tranqüilo ficar com as coisas como estão, mas eu nunca saberia que o meu quarto fica maior com a cama encostada na parede se não houvesse mudado os móveis de lugar.

É cômodo ficar como está, mas escolher sempre o sorvete que agrada o seu paladar pode te inibir de descobrir um sabor surpreendentemente melhor. Que você nunca sentiria se não tivesse se permitido... e se não gostar do que provou? Volte atrás, o importante é não ficar parado.

Ou, como diria o poetinha Vinícius “feito essa gente que anda ai brincando com a vida. Cuidado! A vida é pra valer e não se engane, é uma só.”
Vivi Lima

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Começar, recomeçar e começar de novo

Quantas vezes você já sentiu sua vida desgastada? Eu, pelo menos, já senti diversas vezes. Não estou falando apenas de quando nos sentimos tristes porque algo acabou. Estou falando daquela sensação que sentimos quando parece que concluímos um ciclo, por mais que não saibamos que ciclo é esse.

Já perdi as contas de quantas vezes já recomecei minha vida. Senti uma grande necessidade de mudar de ambiente, passei um tempo entendendo o que eu queria e depois procurei-o. Pode ser uma busca, pode ser um esconderijo, pode ser apenas querer se livrar do tédio, a verdade é que renovar nada mais é que traçar novos objetivos, ou pelo menos precisar disso.

Acredito que esse processo deve ser mais simples para uns e mais complexo para outros, dependendo da natureza de cada um. Mas acredito que, independente do período de cada mudança e independente também do tamanho dessa mudança, é importante que ela venha. Que demore décadas, anos ou meses. A mudança é inevitável.

Um ponto importante para que o recomeço aconteça, acredito ser a livre passagem de pensamentos. Devemos aceitar mais que as vezes estamos errados. Uma outra opinião pode sim ser melhor que a sua. Deixemos o orgulho besta de lado e assim, nos preparamos para o engradecimento pessoal.

Mas também, convenhamos, pensar demais tarda o ritmo do ciclo! Evitar lastimas, moralismos hipócritas e pensamentos circulares e evitavelmente paradoxais pode ser um bom passo para apressar o processo.

Ou não. Ou como eu dizia na infância:

- E eu lá sei? - E que sempre alguém ironizava:

- Laçou o que?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ui, que sensação angustiante!

Então já que é a primeira vez que eu posto por aqui tenho que me apresentar: sou Maria de Fátima, 27 anos, nascida e criada em Salvador/Bahia, mais conhecida como Fau e também como Imcompreendida (assim mesmo com “m”, mas essa é uma outra história). Sou amiga “virtual” do Carlinhos e da Vivi, os criadores deste blog e fui convidada por eles para participar destas conversas através do blog (aproveito para agradecer, fiquei muito honrada, de verdade).

Bem! Como para mim é um começo, começo de uma nova fase, começo de uma nova forma de escrever e de buscar inspirações, resolvi que falaria sobre começos. E como é bom começar, né? Começar, recomeçar e começar de novo. Uma nova habilidade, um novo curso, um novo trabalho, um novo amor, um novo ano, sempre com esperanças de fazer diferente e de fazer melhor que antes. Na vida é assim, estamos sempre começando, isso nos mantêm jovens e faz a vida acontecer.

Sim, mas eu quero contar pra vocês um começo específico: quando comecei a escrever. Eu não lembro exatamente a idade que eu tinha uns 12 ou 13 anos, talvez antes, mas sei que comecei a escrever sobre a minha inadequação ao mundo. Apesar de ter sido uma criança alegre, tive uma educação repressora, o que me fez crescer tímida, retraída.

Já na pré-adolescência me sentia inadequada, totalmente diferente dos outros, sensação essa que me acompanha até os dias de hoje. Ui, que sensação angustiante. Eu sofria muito com essa angústia e ficava pensando porque eu era assim e me culpava, culpava meus pais, culpava Deus, culpava o mundo. Mas, certo dia – assim como que por intuição ou porque certas coisas a gente tem que saber mesmo e acaba descobrindo – percebi que se colocasse toda essa angústia num papel, ela diminuía.

Passei então a fazer isso sempre, em meus diários, cadernos, papeizinhos que encontrava e até na parede do meu quarto, e em qualquer lugar que estivesse, em casa, na escola, no ônibus...
E assim, comecei a escrever. É, até que a história ficou bonitinha e é totalmente verídica viu, apesar de eu gostar de inventar histórias, essa eu não podia inventar não.

Bom! A angústia nunca me abandonou, aliás, graças a Deus! Acho que não saberia escrever sem ela. Talvez um dia eu até aprenda, e faça um novo começo, mas por enquanto prefiro não arriscar.

Então, é isso... que este seja um começo promissor como todos devem ser e, no mais, desejo muitos começos a todos.

Fau Ferreira

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tantas horas!

O tempo está passando, cada vez mais depressa... Quem nunca teve essa sensação? Eu vivo, com ela. O tempo me persegue, estou sempre correndo, sempre atrasada.

Não vai dar tempo. Ui, que sensação angustiante.

E o tempo nos acompanha o tempo todo, mesmo quando ele passou pra algo, continua sempre lá a marcar sua própria passagem. Aguardando-nos para persegui-lo por um motivo novo.

E nesta corrida desenfreada deixamos de lado algumas coisas... como foi deixado o blog. Sem tempo pra escrever, sem tempo pra postar, na verdade sem tempo pra pensar (!)

Blog que surgiu numa brincadeira, mas ainda mais importante, de uma grande amizade. Amizade que surgiu do tempo moderno. Época de corrida contra o relógio, mas também da possibilidade, do encurtar da distância. Daí um blog pra pensar junto mesmo estando separado!

Engraçado como pra amizade não faltou tempo. Ela continuou crescendo, tanto que incorporou mais alguém, a FAUZINHA. Alguém que conheci do blog e por causa do meu amigo co-autor.

E essa amizade também cresceu e continua crescendo. Tantas horas! Horas de dedicação que nem mesmo o tempo me priva de desfrutar. Horas de risadas, reclamações e (in) compreensões...

E mesmo quando não estamos sintonizados na internet, estamos sintonizados no coração e vão os textos, que me movem, me falam, me abrigam. E vem os textos que me comovem, me compreendem, me instigam.

É, temos uma paixão em comum: as palavras e as possibilidades dela, sendo assim nada mais justo do que inseri mais essa amiga na brincadeira, de construir um retalho de textos.

E o tempo?

Vamos duelando, enquanto ele não me alcança. E enquanto isso, dedico minhas horas, tantas quanto necessárias, pra fortalecer essas amizades.

Vivi Lima