Aonde eu estava mesmo?

Vivi Lima, Fau Ferreira & CA Ribeiro
Segunda-feira - De 15 em 15 dias

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Homem chora sim, e isso é muito bonito.

Eu acho lindo!

E não estou falando apenas de lágrimas que rolam pelo rosto. Embora estas também sejam lindas. Falo do sentir. Dessa maravilhosa capacidade que o homem também possui.

O famoso "homem não chora", não tira de cena apenas as lágrimas... dizima a possibilidade de entrar em contato com os sentimentos.

Parece uma frase ultrapassada, mas engana-se quem acha que todos os homens estão libertos dela ou de suas convenções. Nada de rir em excesso, exceto se você estiver embriagado e nada de chorar a menos que vá obter algum lucro mostrando o seu lado menos homem.

A ordem é que ninguém saiba o que você está sentindo. Do contrário vai parecer o antilope mais fraco. Tão acostumados a camuflar nem tem mais certeza do que realmente sentem.

Bonito não é usar a capacidade de sentir. Bonito é sentir como algo totalmente natural.

Não é bonito chorar pra comover. Por não saber o que fazer. Pra cumprir o protocolo. Pra convencer. Não, não é bonito. Nem convence.

Bonito é ficar de olhos rasos. É sentir a dor de uma ausência. É admitir-se desamparado ou solitário. Ou apenas com essa vontade que transcede o sentir e corre pelo rosto.Bonito é ser inundado por tanta alegria que só o riso não baste e venha aquela vontade de gritar, de extrapolar... de chorar.

Perceba-se. Olhe menos para o espelho e mais pro seu interior.
E se elas, as lágrimas, vierem... sejam elas pelo que forem. Seja homem! Assuma-as e assuma-se.

Vivi Lima

domingo, 18 de maio de 2008

Meu trato com a Senhora Emoção

Vivemos no mundo da razão. Com planos objetivos e frases diretas. Mas isso é porque o ser humano tem o costume de escolher o mais fácil; não necessariamente o melhor.

Quando percebi o modo em que está o mundo, fiz um acordo com a minha emoção: ela não tenta me dominar por completo, que é para eu ainda conseguir viver neste mundo; e eu deixo ela viver livremente dentro de mim, que é para eu olhar para tudo com uma visão poética.

Gosto de tentar descobrir o que as pessoas estão pensando. De tentar adivinhar suas dores, suas alegrias. Aquele casal está de mãos dadas porque são namorados ou é apenas uma amizade bonita? Aquele cara está de cabeça baixa porque? Porque engravidou uma menina? Porque está devendo um dinheiro? Ou sei lá algo mais?

Graças a esse acordo com a Senhora Emoção, pude aprender coisas que antes não sabia.

Homem chora sim, e isso é muito do bonito.

Grandes homens não são os que muito pensam, nem os que muito fazem. São os que pensam e fazem algo de bom. De inteligência e coragem o inferno está cheio.

Aprendi que sentimentos não são nem bons, nem ruins, eles apenas existem. Há ódios necessários e amores dispensáveis. Aliás, acabou essa idéia romântica de bonzinho e vilão. Isso já chega! Sou honesto e esperto, mas também sou manipulador e cabeça-dura. E não estou me orgulhando disso!

E, principalmente, o mundo não é do mais forte, não é do que estuda mais, não é do mais bonito, nem do rei do futebol. O mundo é de todos, cada qual da sua forma, é completamente de todos.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Aonde eu estava mesmo?

Aonde eu estava mesmo?



Lá vem de novo essa vontade de chorar, mesmo sem ter lágrimas. Na verdade, o que sinto é solidão, e como sei que depois de chorar eu estarei melhor, espero-as. Elas não vêm.

Então continuo pensativo, inexpressivo e extremamente auto-crítico. Me chamo de chato. Sei que não sou, mas é como se eu procurasse nessa mentira, uma explicação convincente.

Explicação. Uma coisa que realmente estou procurando. Afinal, não acho normal ficar de cara fechada, sem saber o motivo. Aconteceram umas coisas sim, mas acho que não é o suficiente. Seria muita besteira ficar assim por causa de coincidências.

Mas será que coincidências existem mesmo? É a mesma dúvida da existência da sorte e do azar. Existe ou é invenção (besteira) da nossa mente (explicação convincente)?

Existência. Não, não vou pensar sobre isso. Razão de viver é o que eu menos tenho no momento. Não tou pensando em me matar. Mas sei que estou longe da verdade da vida.

Verdade... é difícil ser honesto num mundo hipócrita. Principalmente quando não temos certeza se estamos sendo sinceros conosco. Verdade seja dita. Ninguém lhe conhece 100%. Nem você.

Conhecer alguém é relativo. Posso me conhecer o suficiente para perceber que não me conheço totalmente. Besteira... O importante é que ninguém conhece ninguém, porque o ser humano é sempre imprevisível.

Perdi a concentração. Um senhor e duas crianças se divertem na minha frente, ao folhearem uma revista ridícula. É ridículo, mas eles estão se divertindo...

Aonde eu estava mesmo...? No ser humano sempre imprevisível... ridículo...

Aonde eu estava mesmo...? Na minha solidão.



.Carlinhos Guto Ribeiro.


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O nosso blog teve início nesse texto. Onde um parágrafo dá o tema do seguinte. E nosso blog terá essa brincadeira como condutor de uma linha que é muito parecida às conversas boas, daquelas que a gente nem se lembra mais como começou, mas que cada assunto que chega é mais interessante do que o outro e por isso mesmo, não pode ser deixada pra lá!

Convido-o a acompanhar nossa brincadeira e opinar sobre o que está achando do rumo da nossa conversa!


Vivi Lima & Carlinhos Ribeiro